20 de out. de 2008

Viva o Hoje

Várias vezes durante nossa existência ouvimos falar que a vida é curta, que devemos viver o dia-a-dia e que não adianta nada ficar preocupado com o futuro. No entanto, poucas são as pessoas que conseguem ter esse desprendimento.Sempre estamos preocupados, tensos, pensando nas coisas que podem, de uma hora pra outra, acontecer. Somos condicionados a pensar em tempo futuro. As pessoas que passam pela experiência da proximidade da morte geralmente passam a ver a vida por outro ângulo. Desprendem-se com mais facilidade das preocupações do amanhã e vive com mais intensidade o presente. Não tenha dúvida. A coisa mais importante que possuímos é o dia de hoje. Mesmo que esteja espremido entre o ontem e o amanhã, ele deve merecer sua entrega total. Só hoje você pode ser feliz; o amanhã é uma grande incógnita e ainda não chegou, e agora já é tarde para ser feliz ontem. A grande maioria das dores é fruto dos restos de ontem ou dos medos do amanhã. Nada de egoísmos, inveja e sentimentos pequenos que só atrapalham os planos de hoje e não ajudam a preparar o espírito para o amanhã. Viva o dia de hoje com sabedoria: decida como irá alimentar seus minutos, no seu trabalho, no seu descanso, e faça tudo o que for possível para que o dia de hoje seja seu, já que ele lhe foi doado com tanta generosidade. Respeite-o de tal maneira que quando for dormir, você possa dizer: hoje eu fui capaz de viver e de realizar!!! Os livros religiosos fundamentais como o Corão e a Bíblia tratam do assunto da mesma forma: a cada dia bastam suas tribulações. Tenha sempre um bom dia ... Carpe Diem : viva o dia!

6 de out. de 2008

O sol continua a brilhar

Nos molhes da barra me vi tomado pelas preocupações daquela quinta-feira tensa. O sol novamente aparecera depois de longos dias de chuva, e as tarrafas voltavam a bailar no céu do pontal. Na minha cabeça a constante lembrança da saúde abalada de minha irmã .Senti-me pequeno e solitário apesar dos muitos caniços que ali apontavam para o mar. Do mirante ao lado do farol, a ilha dos Lobos também sozinha, na imensidão do Atlântico. No lado sul do canal os grandes guindastes inertes sem movimentar qualquer carga. E no alto do Morro da Glória, a Santa virada de costas. Eu era só preocupação. Meus olhos, então, percorrem o espelho de água do canal que leva ao Porto e repousa na névoa da maresia que esconde os prédios que adornam a orla do Mar Grosso. Um forte açoite das ondas sobre as pedras, um cheiro de mar a prenunciar o verão na primavera lagunense. Navegando entre as ondas um barco sai barra afora a pescar. Quem sabe, levasse meus temores para além mar. Na viagem aos corredores dos meus vinte anos dourados encontrei um rapaz moço, encantado com os amores vividos em sessões de filmes renomados. No Cinema Paradiso dos meus sonhos os porteiros já partiram e o rapaz que vendia balas no hall de entrada, hoje é um respeitável senhor de sessenta anos. Restou um ponto de ônibus num prédio abandonado. Sob suas marquises, num vai e vem sem cessar, chegam pessoas de todo lugar e também partem sem regressar. Uma imitação da vida no cotidiano da cidade. Por onde andará Mariazinha? A namorada das nossas fantasias juvenis. Os biguás continuavam a mergulhar entre as pedras e, vagarosamente, fui me retirando daquele lugar mágico. Ah!...minha irmã. Minha preocupação.... Tudo não passou de um grande susto. Do exame sobrou apenas algumas dores no corpo e uma sensação de frio. O Sol continua a brilhar.Graças a Deus!