14 de dez. de 2010

Crônica Distante

Começo escrevendo esta crônica sem saber onde ela pode me levar. Um assunto, uma inspiração, um tema...nada me passou pela cabeça nestes últimos dias. Sozinho, numa esquina de solidão, só a nudez de idéias, me acompanha. Por que caminhos andará minhas letras? Lá fora o tempo é chuvoso, com ruas desertas e molhadas. A temperatura é agradável e o tempo náo me apressa. A vida não para e as coisas continuam a acontecer sem a minha intervenção. Ao meu redor vejo apenas alguns objetos: canetas, impressora, som, régua, grampeador, porta, cadeira, computador e os meus dedos teclando palavras soltas no meu pensamento vazio. Ausento-me para matar minha sede no copo d’àgua como toda a sede deve ser aplacada. No telefone as pessoas tratam de assuntos não muito interessantes, mas que distraem, enquanto o tempo passa. O porteiro toca! Alguém a querer entregar um sofá que não comprei. Toca novamente. A insistência desarruma minhas certezas, cutuca a impaciência e sacode a tranquilidade. Então, volto e tento alinhar meu pensamento... Que tal um café?... Ele caiu fresco e quente sem antagonismo. O pensamento foge, novamente, e vai até onde nunca pretendeu chegar. Por fim, termino essa crônica sem saber onde ela me touxe. Vou remexer o baú dos meus conflitos, desfrutar da minha inquietude. E quem sabe até a próxima crônica, meu barco não se encontre tão , á deriva. E, eu saiba onde vou estar e o que caberá.