Começo escrevendo esta crônica sem saber onde ela pode me levar.
Um assunto, uma inspiração, um tema...nada me passou pela cabeça nestes últimos dias.
Sozinho, numa esquina de solidão, só a nudez de idéias, me acompanha.
Por que caminhos andará minhas letras?
Lá fora o tempo é chuvoso, com ruas desertas e molhadas.
A temperatura é agradável e o tempo náo me apressa. A vida não para e as coisas continuam a acontecer sem a minha intervenção.
Ao meu redor vejo apenas alguns objetos: canetas, impressora, som, régua, grampeador, porta, cadeira, computador e os meus dedos teclando palavras soltas no meu pensamento vazio.
Ausento-me para matar minha sede no copo d’àgua como toda a sede deve ser aplacada.
No telefone as pessoas tratam de assuntos não muito interessantes, mas que distraem, enquanto o tempo passa.
O porteiro toca! Alguém a querer entregar um sofá que não comprei. Toca novamente. A insistência desarruma minhas certezas, cutuca a impaciência e sacode a tranquilidade.
Então, volto e tento alinhar meu pensamento...
Que tal um café?...
Ele caiu fresco e quente sem antagonismo.
O pensamento foge, novamente, e vai até onde nunca pretendeu chegar.
Por fim, termino essa crônica sem saber onde ela me touxe. Vou remexer o baú dos meus conflitos, desfrutar da minha inquietude. E quem sabe até a próxima crônica, meu barco não se encontre tão , á deriva. E, eu saiba onde vou estar e o que caberá.