Lá vai ele sumindo por entre os últimos dias de dezembro; levando consigo os dias de sonhos não realizados e noites mal dormidas.
Sai de cena à francesa, sem se despedir e nem pedir desculpas pelos tropeços ocasionalmente provocados. Em sua bagagem vão os planos não concretizados.... o trabalho que não conseguimos, a vaga na universidade que não alcançamos, os amores não vividos, a palavra não dita , o gesto não revelado.
O que chega vem trazendo a esperança de óculos. O otimismo iluminado nos fogos de artifícios e a paz desejada compartilhada nas refrescantes taças de champanhe.
Aquele que parte sai, sem festa, carregado pelos sucessos de uns e desenganos de outros tantos.
Entretanto eles trazem em comum o dia, esse pedaço de tempo destinado à criação humana situado entre o alvorecer e o crepúsculo. Que por sua vez nos entrega ao sol, o companheiro inseparável, que na sua viagem diária do Oriente em direção ao Ocidente nos acompanha nessa caminhada em direção ao futuro. E assim tem sido, ano após ano, pelos milênios da nossa existência.
Mas o velho cumpriu sua missão. Cedeu, generosamente, seu período para que utilizássemos da maneira mais eficiente possível. Não se responsabilizará, em momento algum, pela consecução de nossos intentos. Nós o culpamos pelas crises e catástrofes que aconteceram durante seu ciclo.
São 365 dias proporcionalmente distribuídos em estações que às vezes exageram na dose de seus atributos.
E este ano, especificamente, parte deixando marcas pelos fenômenos e acontecimentos inusitados. O padre que, literalmente, foi para o céu; a enchente que varreu o Vale de Itajaí em nosso Estado; e a crise econômica mundial que alguns iluminados ainda insistem em dizer que não irá nos afetar. Só nos resta esperar pra ver.
Ainda falta um dia e algumas horas. Eu só me lembrei das coisas desagradáveis que ele nos proporcionou. E nós já estamos ansiosos pelo novo que virá.
Adeus, Ano Velho!
30 de dez. de 2008
25 de dez. de 2008
A vida de trás pra frente
A Vida Deveria Ser de Trás Para Frente...A coisa mais injusta sobre a vida, é a maneira como ela termina.
Eu acho que o verdadeiro ciclo da vida está todo de trás para frente.
Nós deveríamos morrer 1º, e livrar-se disso logo.
Daí, viveria em um asilo até ser chutado para fora de lá por estar muito novo. Ganharia um relógio de ouro e iria trabalhar. Então você trabalharia 35 anos até ficar novo o bastante para aproveitar a sua aposentadoria.
Aí você curtiria tudo, beberia bastante, faria festas e se prepararia para fazer uma faculdade.
Depois você iria pro colégio teria várias namoradas, viraria criança, não teria nenhuma responsabilidade, se tornaria um bebezinho de colo, voltaria para o útero da mãe, passaria seus últimos 9 meses de vida flutuando .....
E tudo terminaria com um ótimo orgasmo.
(Charles Chaplin-Carlitos)
10 de dez. de 2008
O ditador do tempo
Li os jornais de hoje, e nada. Recorri ao rádio e à televisão. Mas somente um assunto dominava os jornais falados e os tele-jornais: a tragédia de nosso Estado.
Pensei: escrever o que, sobre esse terrível acontecimento? Sobre ele tem muita gente falando e escrevendo até o que não deve.
Com este pra lá e pra cá; lendo isso e lendo aquilo, eu buscava nada mais do que um assunto para postar no meu blog.
Foi então que me veio à lembrança o quanto essa procura estava tomando do meu tempo. Como dependemos dele em nossa vida. A cada instante estamos sendo consumido pelo tempo.
Essa impiedosa medida cronológica marca e controla sistematicamente nossa vida através de um austero ditador de ponteiros.
E tudo que fazemos ou deixamos de fazer passa a ser controlado por ele, que tem, a audácia ou a habilidade de fragmentar, o tempo, em espaços cada vez menores.
Acordamos, dormimos, estudamos de acordo com os intervalos por ele dividido.
O tempo cronológico inelástico pode apenas ser dividido, re-dividido, mas jamais aumentado na sua proporcionalidade, a não ser que inventamos um novo sistema cronológico.
E ele passa velozmente como água escorrendo entre nossos dedos. Vivemos embalados por esses segundos, que parece ter cada vez mais, uma duração menor.
A aldeia global que democratizou a informação através da moderna tecnologia, diminuiu as distancias pela rapidez na propagação das noticias e na facilidade dos contatos pessoais.
Este fenômeno parece ter encurtado o nosso tempo físico. Os acontecimentos, e eventos estão a se repetir em intervalos menores. Será que os anos estão ficando mais curtos?
Olha aí, um outro Dezembro já batendo na nossa porta. Um outro Natal se avizinhando do nosso coração. O nosso espírito brilhando de solidariedade. Olha, o Papai-Noel sentado na poltrona, em sua Vila, na beira das Docas do Mercado. Olha, o centro histórico da Laguna todo iluminado. O comércio movimentado nas compras de presentes para os namorados, pais, filhos. Não esqueça daquela creche,... daquele necessitado.
Não deixemos o tempo escapar sem nos doar,... sem participar.
Bem,... eu vou parando por aqui. O ditador de ponteiros está trabalhando a toda velocidade. E eu preciso, também, fazer a minha parte.
Feliz Natal!