19 de mai. de 2017

Uma nova chance

Tudo seria igual aos outros dias se não fosse aquela fatídica segunda-feira. Foi um evento tranformador da maneira como se desenrolava os acontecimentos na minha vida.
As preocupações a atormentar minha mente,  o ritmo da cidade acelerada forçando a passagem para um futuro incerto em suas perspectivas e aquele punhado de sonhos que as contingências da vida e a urgência do tempo, não permitiu realizar.
O transito caótico e um corre-corre de pessoas querendo chegar a lugar algum parece sempre denunciar a descrença na possibilidade de um outro amanhã.
E os dias se sucederam assim.... presenciando as mesmas histórias construidas pela saga de diferentes pessoas, vindas de diversos lugares para habitar essa linda e conturbada cidade.
Nos ombros, o peso de um fardo, molhado por noites mal dormidas; e no peito a tristeza de ver a esposa, amiga, companheira e mãe, amor primeiro de minha vida, numa interminável luta contra uma doença que a ciência ainda não desvendou.
E meu coração banhado no romantismo dos consagrados anos dourados onde a cuba livre da coragem incentivava  jovens sonhadores a dançar de corpos colados, não suportou vivenciar tantas mudanças acontecidas por todas essas decadas e cedeu a pressão a que fora posto, à prova,  sucumbindo diante de uma UTI na SOS Cardio. Foram sete eternos dias de tratamento intensivo que culminou com um procedimento de angioplastia.
Quiz o criador, senhor dos mundos, que eu continuasse minha viagem nesse trem da vida, valorizando, ainda mais, cada chegada e cada partida até a parada na estação derradeira onde nosso espirito repousará na eternidade.