23 de ago. de 2010

Pensando sobre a cidade

Sabado, 07 de agosto-19:00 horas- chegando no monumento de tordesilhas em direção ao centro. Um deserto de frio intenso cobria a rua da praia. A solidão do mercado e das docas denunciava o silencio soturno dos casarios antigos. Logo a frente o predio do antigo cine mussi, sozinho, guardava a lembrança das memoráveis sessões de cinema de outrora. Contorno a rotatória em direção ao jardim e deparo com os casarios coloniais, desbotados pelo tempo, debruçados sobre ruas solitárias. Na igreja matriz, o relógio permanecia parado na hora de um dia passado qualquer, enquanto no jardim dos anos dourados de nossa juventude ecoava a ladaina da missa das sete, repetida como um mantra, pelos fiéis. Estacionado a beira da calçada senti um mixto de angustia e tristeza percorrer meu corpo. A cidade estava abandonada a sua própria sorte, pensei! Debruçei-me por sobre o volante do carro e meus pensamentos viajaram no tempo, no transe da reza ritmada dos fieís, por labirintos desconhecidos ao encontro de um jardim de luzes brihantes, arvores aparadas e canteiros de flores vivas e cuidadas, ornamentado por um chafariz de águas coloridas. Em seu entorno as construções coloniais com fachadas restauradas onstentavam suas cores. Um perfeito jogo de luz deixava em evidência a bonita igreja matriz e as ruas brilhavam na cidade iluminada. O Calheiro da Graça encheu-se, por fim, de casais enamorados enquanto uma procissão de pessoas circulavam, conversando animadamente, em seu redor. Tal como num dia futuro a cidade, por certo, será. Quem sabe!?