24 de jun. de 2023

Filosopapiando


O tempo, apesar das divisões que criamos para limitá-lo, não para. Ele segue em direção ao infinito sem descontinuidade. Então o ano novo já nasce velho. Os períodos e os ciclos, inventados pelo homem, são partes de tempo com validade limitada. Para nós, tudo está colocado num intervalo entre um inicio e um fim. Esses intervalos de tempo, vitais a nossa condição humana, são condicionantes criadas pelo homem, para melhor suportar o intolerável para nós humanos; a continuidade ininterrupta da vida. A limitação é da natureza do ser humano. Assim é que somos dotados de visão para enxergar somente em três dimensões e ouvir as ondas sonoras em determinada faixa de freqüência. E, talvez, por estarmos presos aos limites, temos dificuldades em conceber o universo sem fronteiras. O ilimitado, o infinito. É difícil pra nós, entender que o universo não é só grandioso; ele é infinito. Então, essa necessidade de partição do tempo em ciclos, para nos proporcionar sempre um recomeço. Isto sugere uma renovação de nossas esperanças em algo que pode ser melhor. E, essa sensação esperançosa de começar de novo, é o combustível que alimenta nosso ser para seguir adiante a vida. E a vida, por sua vez, é um sopro divino do criador ou uma multiplicação de células acontecidas ao acaso, num ambiente propício qualquer, como quer a ciência? Este é o grande ponto de interrogação que paira sobre nossas cabeças. Um mistério que desafia a inteligência de pobres mortais, como nós, e nos mostra nosso tamanho. É ai que o sentimento humano nos faz retornar para o nosso observatório cotidiano e nos coloca no nosso verdadeiro lugar para constatar com simplicidade, que chegamos nessa vida sem nada e iremos partir somente com nossas roupas surradas. Também, nos faz refletir sobre o refrão da canção que diz: Todos os dias é um vai e vem. A vida se repete na estação. Tem gente que chega pra ficar. Tem gente que vai pra nunca mais. Tem gente que vem e quer voltar. Tem gente que vai e quer ficar. Tem gente que veio só olhar. Tem gente a sorrir e a chorar. E assim chegar e partir são só dois lados da mesma viagem. O trem que chega é o mesmo trem da partida. A hora do encontro é também despedida. A plataforma dessa estação é a vida. E, finalmente pensar, que viemos para o mundo sem pedir e um dia iremos embora sem querer. Por isso devemos aproveitar, com sabedoria, esse pequeno intervalo.

Reflexão




O vento da esperança sopra em tua direção, menino obreiro da justiça e da igualdade; e o facho de luz que te orientou no caminho do bem e da ventura, continua a brilhar no coração daqueles que persistem na tua fé.
Lutastes bravamente tentando mudar os conceitos elitistas então vigentes, e tornastes escravos em homens livres e, arrogantes senhores em cidadãos, simplesmente.
A semente que plantastes no oriente gerou a árvores cujos frutos alimentam a numerosa legião de espíritos cristãos oriundos dos diversos segmentos sociais espalhados pelos quadrantes da terra.
Ergueram-se templos em tua memória e tuas sábias palavras foram perpetuadas no livro sagrado dos teus ensinamentos.
Mas, embora consistente, a lição de fraternidade que nos deixastes, ainda conflita com o sentimento de cobiça e de poder dos homens de nossos dias, onde a humildade e a tolerância vivem à margem de nossa sabedoria.
Os teus ensinamentos, mestre, desafiam os tabus e preconceitos impregnados na nossa inteligência, fazendo-nos eternos aprendizes daquilo que deveria ser atributo da natureza humana.
No entanto, tamanha é a verdade de tua pregação, que os dois milênios que a separam de nossa atualidade, em nada altera a extensão e o apelo de seu conteúdo, tornando-a cada vez mais necessária, aos desígnios da humanidade.
E hoje, mensageiro da paz e da concórdia, quando os sinos dobrarem nos campanários das igrejas a festejar a tua data natalícia, nós te presentearemos com o gesto que exaustivamente nos ensinastes; nos confraternizando e desejando uns aos outros, Feliz Natal!
Feliz Natal, Leitores do blog papodaesquina.