22 de ago. de 2013

Sem controle




É inegável o desenvolvimento que a industrialização trouxe para a nossa vida nos dias de hoje. A produção agrícola, atual, desenvolveu-se de tal maneira que a colheita por hectare praticamente duplicou nestas últimas décadas. As pesquisas genéticas com sementes de frutas e  de  grãos criou uma nova era de produtos agrícolas mais resistentes e rentáveis.

Mas por outro lado, podemos dizer, que a qualidade de nossos produtos caíram muito nestas ultimas décadas.

Só como exemplo eu vou citar o café. Alguém sabe me responder por onde anda o aroma marcante do nosso café? Lembro-me de uma fabrica, localizada ali no Magalhães- café Salete- eu acho que era esse o nome. Quando acontecia a torra do produto o bairro ficava tomado pelo cheiro. Na verdade, fazer café há tempos atrás, era um verdadeiro ritual.  Enquanto a água fervia, preparava-se o pó, dentro de um coador de pano, geralmente confeccionado em casa. Com o coador pendurado na boca do bule de alumínio ou de barro, o café era passado. O aroma se espalhava por toda casa. O seu cheiro denunciava a hora do café para toda a vizinhança. Era como se estivéssemos acendendo um incenso na casa. Ela ficava toda dominada por aquele aroma inconfundível.

Hoje, o nosso café, infelizmente, só tem cor. Sem cheiro e sem sabor ele é uma coisa qualquer a desafiar o paladar do brasileiro. E não se sabe nem a quem reclamar. Via de regra, os produtos que circulam pelos supermercados do país não sofrem fiscalização nenhuma, na sua qualidade. É a inoperância e a negligencia do estado convivendo com a ditadura dos grandes e poderosos conglomerados da indústria alimentícia. Somente quando há denuncia é que as autoridades descobrem a adulteração feita no produto. 

O caso de adição de amônia ao leite acontecido no Rio grande do Sul é um desses abusos cujos responsáveis  mereceriam uma punição exemplar.  Não poderia acontecer uma coisa dessas com um produto que é a base da alimentação de nossas crianças.  Isto compromete o futuro da saúde de nossa sociedade e consequentemente do país. Parece que ninguém para pra pensar. O assunto foi rapidamente sacado das páginas dos jornais. Ninguém sabe que fim deu o processo instaurado contra os malfeitores. Não lembro ter ouvido  falar mais nada a respeito do assunto. Nada aconteceu. Um absurdo!  

Bons tempos onde o leite, que consumíamos, vinha da Madre. As embarcações desciam o rio Tubarão e atracavam nas docas.  Acondicionado em grandes latões, de alumínio, era assim distribuídos em nossas casas. É bem verdade que as más línguas diziam, à época,  que os leiteiros(como eram chamados aqueles que comercializavam o produto) sempre adicionavam a mais, um pouco de água do rio. Mas bastava uma simples fervura para colocar tudo nos seus devidos lugares. Não se ouvia falar em nenhuma química misturada ao produto. O leite tinha o seu sabor assegurado.

A falta de políticas para a área de fiscalização, neste país, é surpreendente. Esta mais que na hora de se criar, a exemplo dos Estados Unidos, um órgão de controle que cuide especificamente e com seriedade da qualidade e das formulas dos produtos que consumimos.