27 de jul. de 2010

A baleia franca

A noticia circulou nos jornais – Imbituba é a capital nacional da baleia franca. A indicação feita por um deputado federal da região tornou-se a lei 12282, assinada pelo presidente em 05 de julho de 2010, e confere o título àquela cidade. A baleia Franca migra para o nosso litoral, nos meses de julho a outubro a procura das águas quentes para procriar. Uma das mais impressionantes baleias do mundo e como todas as outras, sabemos muito pouco sobre a espécie. Pesquisadores acreditam que a fêmea tenha filhotes de 3 a 4 anos. Alimenta-se basicamente de krill ( é o nome colectivo dado a um conjunto de espécies de animais invertebrados semelhantes ao camarão). Vivem geralmente em grupos individuais de 3. Encontram-se distribuídas em todos os oceanos do Hemisfério Sul. No Brasil, o litoral de Santa Catarina representa uma importante área de concentração durante seu período migratório de reprodução devido as suas inúmeras baías e enseadas de águas calmas, que propiciam um habitat ideal para fêmeas acompanhadas de filhotes. As fêmeas são ligeiramente maiores que os machos. Interessante constatar que a baleia franca durante seu período de migração, circula através do oceano pelas costas das praias de nossas cidades catarinenses. Os aficcionados e observadores da espécie, geralmente se deslocam para costões e outros tipos de elevações junto às praias para terem uma visão mais acurada da espécie. No entanto, como que fazendo uma exceção a sua rotina de viagem, quando elas dobram o cabo de Santa Marta resolvem fazer uma visita a Laguna. È a única cidade que elas entram barra à dentro para banhar-se na Lagoa. Ficam a poucos metros de suas margens e dão um espetáculo a seus observadores. Não duvido, que também sejam devotas, e para seguir viagem precisam da benção de Santo Antonio. Nunca se sabe!

21 de jul. de 2010

Não sei pra que!

Era um sujeito muito inteligente. Professor conceituado com doutorado em universidade da França, mas incapaz de ouvir aquelas pessoas mais desprovidas de conhecimento. Dizia professar a fé espírita apesar de apresentar um conteúdo essencialmente materialista. Esforçava-se para conseguir ser atencioso com os mais humildes; mas mostrava pouco interesse em ouvir suas queixas. Achava que nada tinha a aprender com tais indivíduos. Arrogante, orgulhoso e firme nas suas convicções, gostava de estar sempre em evidência. O importante eram sempre seus objetivos, não importava a maneira como alcançá-los. O seu comportamento excessivamente egoísta acabou por afastar de seu convívio, sua mulher e mais tarde também seus filhos. No decorrer dos anos foi se tornando uma pessoa solitária e intolerante. É quando descobre, estar acometido de uma doença incurável. Seguiu à risca um longo tratamento que levou todas as suas economias e também o próprio apartamento onde residia. Mas, infelizmente veio a falecer. Em seu velório, a ironia da vida; uma cena que se ele pudesse teria evitado. No cemitério municipal num canto da sala do necrotério um casal pobre velava um familiar cuja urna modesta revelava toda sua humildade e no outro professores e conhecidos revezavam-se na vigília ao douto senhor. Jaz na urna mortuária o individuo perfeitamente perfilado e com fisionomia de autoridade. O sujeito parecia um rei da dinastia egípcia. Acreditem! O homem fez pose até pra morrer. Não sei, pra que!