30 de dez. de 2014

A Viagem


Foram oito horas de voo direto, entre São Paulo e Miami. Uma viagem um tanto cansativa, mas instigante pelas novidades e descobertas que encontrávamos por onde passávamos. A viagem de Miami a Orlando, nosso destino final, num automóvel confortável e espaçoso foi nos revelando aos poucos a beleza das estradas e da estrutura que a administração americana põe a disposição do seu cidadão. O Duarte e a Fabiana pareciam cidadãos americanos, tamanha a desenvoltura com que dirigiam e tratavam o idioma Ingles. Na localidade de Kissimmee, já na cidade de Orlando, uma casa confortável num condomínio fechado, o Windsor Palm, nos esperava equipada com todas as condições tecnológicas modernas, inclusive internet.  Não foi necessário contatar  pessoas ou responsáveis. Era só apresentar as credencias na entrada do condomínio e digitar a senha, criada quando da locação ainda no Brasil, na fechadura da porta. E eu lembrei de como é difícil locar uma casa aqui no nosso Pais. Uma papelada desgraçada, vistoria para entrar e para sair. Uma afronta a dignidade do brasileiro.
Mas estávamos nos EUA para visitar a fabrica de sonhos da Disney. O Magic Kingdom, O Animal Kingdom, o Epcot  e também a Legoland o Hollywood Studios e o  Universal Studios. Neste ultimo, o que chamou a atenção foi a construção do ambiente do filme Harry Potter. As ruas e casas foram edificadas tal qual no filme. No passeio por entre as ruelas de Londres encontra-se o Beco diagonal com um dragão sobre o telhado do prédio expelindo labaredas de fogo, e paramos para saborear a famosa cerveja de manteiga. O castelo de Hogwarts, a escola de bruxaria, foi fielmente retratado. Ali, como na série, cria-se a ilusão que passamos por uma parede de tijolos quando vamos em direção a estação de trem que nos levará a Hogsmeade, o vilarejo bruxo da Grã Bretanha. Por ultimo ainda ,nos aventuramos numa viagem multidimensional sobrevoando os arredores do castelo acompanhados por Harry Potter e seus amigos.
O Henrique estava eufórico e ficava, as vezes aflito, para ir nos brinquedos radicais. Foram muitas as montanhas russas e elevadores que despencavam em queda livre, como o do Hollywood tower onde um mordomo sinistro incitava o pessoal.
No Magic Kingdom, entre tantas atrações destaco a fantasia do filme Frozen que foi mostrada pelo musical em frente ao castelo, ao cair da tarde, com a presença da princesa Elza e Ana e da rabujenta feiticeira. A divina Luisa, nem piscava, quando no auge da apresentação, os fogos de lágrimas clarearam o céu e o castelo congelou, literalmente sob o efeito da avançada tecnologia empregada no jogo de luz que proporcionou o espetáculo. Visitamos miniaturas de lugares turísticos de importantes cidades americanas,  montadas em Lego, além de inúmeros jogos no parque Legoland.
Nm passeio pela floresta tropical Africana, no parque Animal Kingdoom, com um jeep devidamente caracterizado para um Safari nós apreciamos os animais e seu habitat.
A passagem pelo EpCot foi mais uma aventura emocionante. A palavra é um acrônimo para Comunidade Protótipo Experimental do Amanhã; uma cidade utópica do futuro planejado por Walt Disney.
O Spaceship Earth é um passeio dentro de um tunel que mostra a história da comunicação humana desde a idade da Pedra até a Era dos computadores.
Quando fomos para o brinquedo Mission Space o Henrique tomou o controle do foguete e decolou com o vovô Mauro e a vovó Nilba rumo ao espaço detonando meteoros com seu canhão de raios laser e abrindo caminho para o infinito. Uma emoção de tirar o folêgo.
No Soarin, um voo de asa Delta, multidimensional, sobre as paisagens da Califórnia é uma sensação fantástica. Passa-se sobre os Canions, Lagos, Plantações, mares e cidades. Para se ter a verdadeira dimensão daquela realidade virtual, sente-se o cheiro da laranja quando se está voando pelos pomares.
No EpCot também experimentamos a variedade das comidas tipicas das diversas nacionalidades. No la Cantina de San Angel provamos a autentica comida mexicana. No Chefs de France a famosa sopa de cebola e a perrie foram os destaques. A carne de cordeiro e o cuscus marroquino do restaurant Marrakesh foi acompanhado pelo show da dança do ventre interpretado pela bonita dançarina.
Fora dos parques, Orlando mostrou sua ótima infra estrutura turística. Estradas, hotéis e a organização e disciplina do povo.
Conhecemos os grandes Supermarkets e os outlets onde são comercializados marcas como: Tommy Hilfiger, Victoria Secret, Calvin Klein, Lacost e uma variedade de produtos de ponta com preços acessíveis no varejo. Visitamos também, as redes de restaurantes Chesecake Factory, Olive Garden e Red Lobster. 
Uma viagem para ficar para sempre na memória e nas imagens gravadas pelas lentes da nossa máquina fotográfica. Chama a atenção a organização, disciplina e educação do povo americano. Quem sabe um dia conseguiremos nos livrar dessa parafernalha corrupta que assola o país e nos tornemos uma grande nação.
Quem sabe!
Feliz Ano Novo a todos.

21 de abr. de 2014

Peixada dos Pereira

Num sábado de sol escancarado atravessei, à balsa, o canal que liga o Magalhães a Ponta da Barra. Lá encontramos uma comunidade lagunense que guarda muito no seu cotidiano, as características de nossos colonizadores portugueses. Os grupos folclóricos do boi de mamão, da bandeira do divino, dos ternos de reis, graças a Deus, ainda sobrevivem nos costumes daquele nosso pedaço de terra habitado por uma gente acolhedora e fraterna. Um  povoado que cultiva, com sabedoria, nossas heranças açorianas sem, contudo,  negligenciar a modernidade de nossos dias.
A travessia, por si só, já é um passeio para encher nossos olhos. De cima da balsa colhemos uma visão diferente do cais do porto e do corredor de agua que desagua no mar, através da boca da barra.
Uma outra maneira de observar a paisagem lagunense. 
Mas o propósito do passeio, além de admirar a beleza do lugar,  era a " peixada dos pereira". Uma reunião,como não poderia deixar de ser, regada a peixe, idealizada e organizada pelo Tavinho para reunir os irmãos. O local, um chalé próximo a prainha do Seis, de tão aconchegante e bonito não pode passar despercebido aos comentários  dos presentes. O canal que separa o molhe norte, corre logo abaixo da janela do sobrado e o morro da barra ao fundo, deixam aquele pedaço especialmente bonito e reservado para um encontro daquela natureza. E lá estávamos, nós, sete irmãos reunidos numa algazarra muito  particular rodeado de sobrinhos, filhos, netos, cunhadas e alguns amigos, bagunçando um pouco o silencio daquele lugar mágico.
Enquanto a conversa rolava facil entre familiares e convidados e o peixe super cheirava na churrasqueira supervisionada pelo idealizador do evento o Marcio aproveitava para relembrar seus velhos tempos, tentando abrir a tarrafa lá na ponta do espigão. As meninas dos anos setenta, improvisavam brincadeiras e tentavam organizar  os irmãos para as fotografias e filmagens do Guilherme.  Foi quando dona Amená, uma senhora simpática e de sorriso fácil, chegou com um ensopado de peixes, especialmente, preparados para aquela ocasião. O almoço, entao, foi servido e a descontração não teve mais idade.  É nesse clima que o China, muito chegado num bom som, sacou de um violão e começou a tocar as músicas que acompanhou a festa até o sol se por, no final daquela tarde. O Guilherme registrou tudo na memória da sua máquina. O que resultou na gravação de um DVD, muito bem editado, que me foi presenteado pelo Marcos.  A Peixada dos Pereira foi um evento  que marcou, mais uma vez, a importância da lição de união legado por nossos pais. A barra do tempo sobre nossos ombros aconselha que muito mais que antes, devemos celebrar a vida. Até a próxima peixada, Pereirada!