Frase do genio da arquitetura mundial Oscar Niemeyer
6 de dez. de 2012
16 de ago. de 2012
A partida
O leito sereno da
Lagoa refletindo o casario do mercado e dos barcos ancorados nas Docas foi a
ultima imagem de Laguna, antes de tomar o ônibus, que me levaria a Florianópolis.
A rodoviária era um prédio, já demolido, situado entre as Docas e os casarios
da rua Gustavo Richard; onde, hoje, está o canteiro central da rua que termina na rotatória
em frente ao prédio do antigo cine Mussi.
Na partida meu sentimento era um misto de medo e angustia. Minha decisão
representava um desafio para um jovem sem qualquer experiência. Mas eu
precisava me aventurar. O mundo no qual vivia era pequeno para meus sonhos. Foi assim que deixei para traz a segurança do
convívio com os pais e irmãos e fui atrás dos desafios.
Foram quase cinco horas
de viagem na estrada de chão batido e empoeirada que me levaria ao
desconhecido. Guardo tão bem comigo, nos mínimos detalhes, a minha chegada a essa
cidade.
O mar manso a um todo sol, a ponte Hercilio Luz dando passagem aos
Opalas Comodoro, aos Dodges, às
Brasílias, às Variants, aos Fuscas... As placas nos bares anunciavam a
Cola-Cola. Das fotografias daquele dia que
carrego na memória, a mais perfeita na lembrança foi a da parelha de barcos,
dos clubes de remo, que competiam embaixo da ponte e o morro da Cruz ao fundo,
parecendo uma muralha que protegia a cidade.
Tenso mas disposto a enfrentar a
vida pressenti meu espírito alimentar
esperança para com aquela nova realidade e com o ano de setenta e um que se
aproximava. Era certo que amanheceriam
dias dourados.
O tempo passou e até sou
feliz... lógico que a vida é igual em
qualquer lugar do mundo. O tempo faz nossos
dias oscilar entre calmarias e ventanias.
E se quisermos sorrir e enxergar um
mundo com mais cores é preciso fechar os olhos e sonhar com otimismo. Só então
os ombros sentem mais leve o fardo – até nos entardeceres.
Assim, daquele ano de setenta e um
em que se ouvia no radio a canção “detalhes” de Roberto Carlos - dali em diante esta ilha de nome Florianópolis
fortificou-se demasiadamente em mim, e quando, pela BR-101, volto de visitar, a
minha querida Laguna e avisto a Ponte Hercilio Luz, tenho em mim a deleitosa
sensação de não ser despovoado comigo, porque o meu encantamento é, também, de
primeiro grau por esse lugar, por essa cidade,
por essa vida.
17 de jun. de 2012
Conversando com Antonio

Nós te pedimos, Antonio, que intercedas junto ao criador para acabar com nossos infortunios e com aqueles que afligem nossa centenária cidade. Suplicamos, através de nossas preces, um melhor destino para nossa sociedade.
O tempo é de promessas, Antonio! Pelas ruas e praças da cidade os profetas da demagogia anunciam um tempo de prosperidade. Falam de projetos mirabolantes e de uma majestosa ponte que haverá de sanar, de vez, com os problemas de desemprego e de infraestrutura que afligem nossa cidade.
Tu ouves, pacientemente, todas as promessas e preces e o teu rosto parece disfarçar um sorriso de esperança. Pois sabemos, Antonio, que somente tu serás capaz de construir a ponte que unirá nossos corações e nos conduzirá ao reino dos céus.
As tuas trezenas rezadas em latim e entoadas em gregoriano pelo teu coral, ecoam pelo jardim Calheiros da Graça e pelas ruas da laguna. Um espetáculo único, de celebração, jamais visto em outras catedrais.
Agora, venha Antonio! Vamos passear pelas ruas frias, do inverno, da Laguna. Nós te acompanharemos neste translado iluminando teus passos com fogos de artifícios atirados dos quintais de nossas casas. Eles brilharão no céu escuro da noite de junho ao tempo em que a banda musical entoará hinos de louvores em tua homenagem.
E no final da caminhada, um ultimo aceno ao povo. E a certeza que a tua mensagem de paz e fraternidade permanecerá viva no coração daqueles que persistirem na tua fé.
21 de mai. de 2012
O que será do amanhã
