24 de fev. de 2009

Lá vai..

Lá vai o bloco das multidões Getulio Vargas à dentro com gente de todas as tribos, de todos os credos, de todas as raças, de todos os cantos do país. A pequenina Pracinha se agigante com essa diversidade de estilos e cores. Bebem, pulam, confraternizam-se... Parecem astronautas flutuando no espaço sem gravidade, contagiados pelo universo do som das ritmadas canções baianas. Lá vai o bloco da Pracinha puxado pelo Trio elétrico. Nele está um pouco de nós um pouco de todos os vizinhos da Praça que o ajudaram a ser o maior bloco carnavalesco do sul do país. Um orgulho do carnaval lagunense, nascido e criado no nosso Magalhães. Êle já não exibe mais seu estandarte, orgulhosamente, desfraldado por uma porta bandeira franzina e muito conhecida de nossa comunidade que partiu sem dizer adeus. Mas o tempo sorriu e aliou-se a nós, tornando-o grande o bastante, para abraçar com seus tentáculos toda a rua Getulio Vargas. O povo se aglomera, se espreme nas calçadas, se dependura nos muros e se debruça nas soleiras das janelas. È muita a alegria que emerge da efervescente mistura de ritmo e satisfação em rever, no meio da folia, parentes e amigos que vivem distante e aparecem na melhor hora do nosso Carnaval. Ninguém se agüenta quando ele passa. Todos sacodem, gritam, exorcizam seus males, suas angustias. Lá vai ele tomando os espaços da rua em direção ao Monumento dos Trabalhadores. Símbolo da saga de uma gente desiludida, ludibriada por promessas insípidas que só vingam em épocas eleitoreiras. Lá vai o Bloco da Pracinha levando nossas alegrias e nossas fantasias. Lá vai o Bloco da Pracinha. Lá vai.....

3 comentários:

Anônimo disse...

Tio, a Editora Abril tinha que te conhecer e te contratar. Já pensou, falar do nosso bloco da pracinha nas primeiras páginas da VEJA. Iria arrasar!!!!!!! Quero autógrafos desde já.
Patrícia.

Anônimo disse...

Mauro legal teu comentário sobre o Bloco da Praça. Fui fundador desse bloco, que surgiu com a garotada descontente com o final das noitadas de carnaval, no Domingo do 3 de Maio, pegaram os tambores da Escola de Smba Aprendizes do Samba , da dona Nair, mãe do Douglas e sairam pelas ruas do Magalhães e segura hoje porque é o maior bloco de rua do Sul do país.

Anônimo disse...

É Mauro, percebi o tom melancólico deste teu artigo. Acho que é saudade dos velhos carnavais. Afinal não vamos mais atrás de blocos, nos conformamos em vê-los passar. Acho que a idade está pesando.Abraços
João Carlos