20 de jun. de 2010

Conversa de amigo

Não gosto de me enclausurar em academia para cuidar do corpo. Sou mais adepto das caminhadas para manter o condicionamento físico. Nas minhas incursões diárias pela avenida beira mar aprecio o movimento urbano, revejo amigos e conheço outros tantos. Amigos e caminhada são ingredientes importantes para quem quer alcançar a longevidade. A ciência aprova essa combinação. Mas dia desses, um amigo que sempre passa por mim correndo, confessou-me que prefere corrida à caminhada. Afirmou com convicção que a corrida traz mais benefícios a saúde e aumenta, significativamente, nosso tempo de vida. Foi, então que lhe perguntei se ele corria daquele jeito porque pretendia viver pra sempre. Seu semblante iluminou-se, imediatamente, numa grande gargalhada. Noutra manhã encontrei um amigo psicólogo que não via há muito tempo. É uma dessas pessoas descoladas com uma maneira peculiar de olhar a vida. Quase sempre explica as coisas que vivencia de uma forma diferente. Perguntou-me se eu estava gostando da minha aposentadoria. Respondi-lhe que sim. Agora tinha tempo para me dedicar mais a família e fazer as coisas que sempre gostei. Quando indaguei sobre sua vida, contou-me que também, estava aposentado. Finalmente não tinha mais horário pra cumprir e nem um chefe a quem dar explicações. Contou-me que tem filhos maravilhosos, mas nunca pode acompanhar e curtir suas infância e adolescência como sempre desejou, porque o trabalho não lhe permitira. Não sabia como certos colegas, após trinta e cinco anos de trabalho, queriam voltar. O trabalho enobrece e dignifica o homem jovem, mas prejudica quando alcançamos uma certa idade. A essa altura da vida, disse-me ele, trabalho é pra quem não tem o que fazer. Eu tenho que viajar, conhecer lugares e cuidar de tudo aquilo que não fiz. Preciso realizar o que ficou pra trás. Agora, estou vivendo como nunca.
Eu não me contive diante dessa sua afirmação e comecei a rir da frase de duplo sentido que ele proferiu. Trabalho é pra quem não tem o que fazer.....Sei lá, eu!

Um comentário:

Ademir Martins disse...

caro amigo mauro, quando me aposentei em 1998, então com 48 anos, tentei escrever meus pensamentos, procurei palavras para coloca-los num blog, mas não adianta, acredito que sempre teremos os escritores e os leitores.
Então, não adianta, sempre serei 1 leitor, mas adoro ler teu blog, sempre me trás boas lembranças e recordações muito boas,continue assim.
Mes passado fui ä Laguna visitar minha mãe e meu irmão Anselmo me falou que te viu na festa de Santo Antonio, pena que não nos encontramos para colocar assuntos em dia, mas quem sabe qualquer dia desses nos falamos em Florianópolis, abraços