1 de nov. de 2007

O Menir Lagunense

Ainda lembro como se fosse hoje! As formações arredondadas das rochas vermelhas da praia do Iró, tão perfeitamente desenhadas pela natureza, que pareciam obras de arte entalhadas em pedra, pela mão do homem. Seguindo em frente ultrapassei a majestosa rocha que avança mar à dentro, cortada no meio, para dar passagem a estrada que leva o Mar Grosso a Praia do Gi. Foram seis quilômetros de areia, mar e vento, os companheiros da minha odisséia à ponta do morro do Gi. A esquerda, os cômoros com sua vegetação rasteira de trepadeiras e juncos, judiadas pelo nordeste persistente. Suas rajadas desarrumavam e arrumavam os montes de areia numa ordem indefinida. Era a natureza tentando organizar o caos. Com seu marulhar ritmado, o mar, varria com suas ondas, a praia do Gi, trazendo em sua crista o alimento que o mergulho certeiro das gaivotas pescadoras, recolhia das águas. E assim, aos poucos, foi sumindo na distancia, a imagem do Hotel construído sobre a rocha no inicio da praia. A medida que me aproximava do morro do Gi as mais diversas perguntas investigativas tomavam conta de meu pensamento. O que seria aquele monumento na ponta do morro banhado pelo mar? Os Menires, popularizado pelas histórias em quadrinhos de Asterix e Obelix, estão presentes nos quatro cantos do planeta; seja em Cromeleque Almendres, em Portugal, seja na Bretanha, França ou na Grã-Bretanha onde existe o Circulo de Pedra de Stonehenge que serve de referência ao início de cada solstício de verão e as estações do ano. Menir, é uma palavra que vem do bretão e significa pedra grande.... Perdido nas indagações sem que encontrasse, sequer, qualquer resposta para as minhas divagações, encontrei-me já caminhando sobre a pequena elevação de terra e pedra, que forma a ponta do Gi. Por uma trilha estreita que me levou a uma majestosa lage que se inclina para o mar, cheguei ao grande Menir da Laguna - a Pedra do Frade. Desafiando a lei da gravidade ela parece que vai se precipitar, a qualquer instante, para dentro do oceano. Com aproximadamente cinco metros de diâmetro e oito metros de altura, impressiona pelo seu porte e localização. São trinta toneladas de granito a desafiar a imaginação de visitantes e curiosos. Também chama a atenção a pedra triangular sobre o seu topo parecendo lhe servir de tampo. É um monumento intrigante pela sua forma perfeita de paralelepípedo, apoiado verticalmente, sobre aquela laje inclinada para o mar. È, também, instigante porque suscita na imaginação das pessoas as mais diversas histórias sobre seu surgimento, naquela área do território lagunense. Entre elas, aquela que há muitos anos, enquanto alguns sábios meditavam naquele lugar, começou uma forte tempestade que provocou uma espécie de avalanche de pedras que em vez de os atingirem, simplesmente pararam. Permanecendo da maneira como a conhecemos, hoje. Conta-se, também, que foram os fenícios que a cerca de dois mil anos antes de Cristo, a tenham colocado ali como uma referência.Já para alguns ufólogos o Menir é considerado uma obra dos deuses astronautas.O fato é que o Menir lagunense do Frade é um ponto turístico importante da cidade. E, está lá, imponente, fascinando os visitantes e desafiando nossas mentes a encontrar uma explicação plausível para aquele fenômeno.

6 comentários:

Anônimo disse...

Mauro.Sou formado em arqueologia. Realmente a Pedra do Frade de Laguna é um Menir como esses que você citou.Não lembro de alguém antes, ter se referido aquela pedra, como um Menir.Parabéns.Edésio. Biguaçú.

Anônimo disse...

Mauro,que beleza! A Pedra do Frade na Laguna é um tipo de monumento muito bonito. Parabéns pela escrita.
Luiza. Estreito. Capital.

Anônimo disse...

Mauro! Dei uma olhada no teu blog.Gostei. Aquele teu passeio na praia do Gi em Laguna, é demais.Abraços.Jader. Coqueiros-Floripa.

Anônimo disse...

Espetacular e criativo isto que escrevesse sobre a Pedra do Frade em Laguna. Parab�ns, Mauro. Tereza-Kobrasol.Campinas.

Anônimo disse...

Mauro; semelhante coisa aconteceu comigo, era um dia quente de verão, e lá pelo lado do sul,por detraz das montanhas, nuvens negras se formavam cada vez mais tornando sombrio o dia; não demorou muito a tempestade caiu, aquele vento forte acompanhado de chuva de granizo; foi aí, que corri para me abrigar na majestosa pedra, não deu mais tempo, o vento a levou, foi como uma folha de papel

Anônimo disse...

Mauro... gostei muito do seu artigo, numa outra história espetacular e verdadeira em Junho, temporada da pesca (tainhas) meu pai saiu para pescar nos arredores da maestra pedra do Frade munido de tarrafas e balaios apropriados, na primeira tarrafada pufff perdeu seus pertences em meio o cardume de tainhas que ali passada junto ao boto... então nadou até chegar na praia, visto que de longe tudo parecia belo, pois a pedra do Frade é um cartão postal dos Deuses!