18 de fev. de 2024

Pecado Capital

Nas minhas observações diárias sobre o comportamento social humano fico pensando nas nossas fraquezas. E de como o ser humano é, muitas vezes, refém de suas paixões. Dos sete pecados capitais, um dos sentimentos mais perigosos, é o da Inveja. Sobretudo porque ela nunca se apresenta como tal e o seu grau de destruição costuma ser máximo. A inveja, nós sabemos, é um sentimento, até certo ponto natural, mas não se pode perder de vista; ela tem um viés patológico. Isso pode acontecer quando a intenção do invejoso já não é mais a realização de seus desejos; mas, principalmente, que o ser invejado não realize os seus. Aí, é doença, e como tal precisa ser tratada. O invejoso, do tipo pernicioso para as relações interpessoais, é aquele que se sente fracassado em determinadas áreas da vida e, para não sentir raiva de si mesmo, transfere esse ódio para o semelhante que alcançou o reconhecimento que ele, o invejoso, não conseguiu alcançar. O invejoso não deve mostrar o objeto ou motivo da sua inveja, pois nessa atitude poderá desmascarar-se. A inveja doentia é típica dos medíocres, daqueles que ficaram abaixo do potencial sonhado, dos que conhecem as próprias limitações, embora nunca o confessem. Mas o que move esse sentimento destrutivo é sempre a argúcia e a paciência. A inveja pode ser fascinante, pois os que dominam esta arte têm que conhecer bem os pontos fracos das pessoas que odeiam. Passo primordial para, sobre elas, construírem a lenda devastadora. A inveja, pelo que contém de nociva para as relações humanas, deve ser exorcizada. E do invejoso deve-se manter, se possível, bastante distância, apesar de estar provado cientificamente, que a inveja faz mais mal ao invejoso que ao invejado. Invejoso e invejado convivem, muitas vezes, muito próximos. Eles se diferenciam pela ação. O invejoso, perigosamente, está sempre movendo uma pedra, articulando uma surpresa, maquinando, alimentando, regando o ódio que tem dentro de si, para, na primeira oportunidade, atingir o alvo da inveja. Há um ditado popular que diz: “a inveja mata”. E é verdade, porque ela, a inveja, desequilibra emocionalmente o invejoso. O sucesso, o reconhecimento, a felicidade, a conquista do ser invejado faz mal ao invejoso. Quase sempre ele se vê tomado de tristeza, na mesma proporção da felicidade experimentada pela pessoa alvo da sua inveja. Se levarmos em consideração que o invejoso está em todos os lugares, em todas as corporações, sempre maquinando e perseguindo, a única coisa que poderemos fazer é pedir a Deus que nos proteja e nos mantenha distante desse ser pérfido.

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